Uma das principais dificuldades dos candidatos é a não saber como organizar o tempo e planejar os estudos para um concurso. Organizar o tempo é muito importante, sem isso, é muito fácil se perder em meio a tantas matérias diferentes e desanimar no meio do caminho.
Se não planejar é algo negativo, planejar mal pode tão desastroso quanto, pois a sensação de derrota costuma ser pior quando sentimos que o “plano não deu certo”.
A dificuldade é maior para aqueles que querem, mas não sabem como estudar para concursos sozinhos, uma vez que é necessário ter muito disciplina elaborar e cumprir um cronograma de estudos. Dentro da proposta do site, apresentamos algumas dicas que servem para concursos em qualquer área, mas que para concursos jurídicos são fundamentais, dada a extensão das matérias cobradas.
Orientações gerais
Ter foco e não estudar apenas quando sai o edital
Um erro dos candidatos é achar que o estudo começa quando sai o edital, já que temos as disciplinas que serão cobradas no concurso. Na área jurídica, normalmente é impossível estudar todo o conteúdo do edital no período que separa a sua publicação e as primeiras provas.
No entanto, outro erro tão grave quanto é não ter um foco e sair “atirando para todos os lados”. Primeiro, é necessáriodefinir uma área ou carreira e focar nas suas matérias principais. Parece algo evidente, mas é incrível ver pessoas querendo fazer um concurso para Promotor de Justiça, por exemplo, e que estudam pouco Direito Penal, porque, por exemplo, gostariam de atuar mais na área cível.
Quando você for aprovado, se for possível, escolherá as áreas de atuação. Mas antes você precisa passar no concurso e, no caso do cargo de Promotor, é necessário dominar Direito Penal.
Em outras carreiras, por exemplo, o foco está em outro grupo de disciplinas. Na advocacia pública em geral, as matérias de peso são Direito Administrativo e Tributário. Alguns concursos, inclusive, não cobram Direito Penal ou, quando o fazem, limitam a uma parte da matéria.
Ou seja, uma preparação ou curso “genérico” acaba sendo uma perda de tempo. É preciso estabelecer uma área ou carreira e focar nas matérias que são do “perfil” do cargo almejado.
Portanto, defina uma área e vá estudando mesmo antes de ter um concurso aberto.
Como definir prioridades
Prioridade significa primazia ou precedência. Algo prioritário é o que vem primeiro. Portanto, antes de fazer um cronograma propriamente dito, devemos saber o que deve vir primeiro no tempo. Isto é especialmente importante porque um bom plano deve prever uma saída em caso de falhas (o famoso “plano B”).
Como saber quais matérias estudar mais e primeiro?
As prioridades das disciplinas devem ser definidas levando em conta dois fatores:
A maneira mais simples de definir as prioridades está resumida neste quadro.

Se o objetivo é manter o nível na matéria, você pode usar livros sintéticos, resumos, mas, principalmente, deve fazer exercícios.
Se seu objetivo é elevar o nível na matéria, evite livros sintéticos (a maioria dos livros “para concurso” é sintética e não recomendada nesta caso). Gaste um tempo maior e invista em bibliografia de qualidade, especialmente livros clássicos e mais analíticos. Reserve também um tempo para fazer exercícios.
Guia prático de como fazer um cronograma de estudos exequível
Outro erro comum é fazer um cronograma inexeqüível. Seja realista e defina algo que você pode cumprir. Você está estipulando regras para você mesmo, por isso, seja honesto consigo mesmo. Por outro lado, não padeça de autocomiseração, nem seja pessimista ou preguiçoso.
O tempo disponível deve levar em conta fatores como transporte, tempo mínimo de sono de 8h, tempo no trabalho, etc, o que varia de pessoa para pessoa.
Um cronograma equilibrado deve deixar, ao menos, um dia da semana para descanso, que deve ser respeitado, para que a meta seja cumprida até o final.
Uma sugestão para quem não está acostumado a muito tempo de estudo (algo que envolve também condicionamento físico para se acostumar a ficar um tempo sentado), é interessante aumentar o tempo de estudo progressivamente, diluindo o choque físico e psicológico.
Por fim, sugiro um sistema de pausas de 10min por hora. É importante ser fiel aos intervalos, se for preciso, programe seu computador ou celular para avisar a hora de entrar e sair. Ficar muito tempo sem parar apenas prejudica a concentração e desperdiça tempo.
As dicas a seguir estão voltadas para um cronograga voltado para um concurso específico, mas essas ideias são aplicáveis quando você estiver estudando sem um concurso aberto, mas com foco (vide tópico acima).
Coloque o programa no papel
Não se iluda: não adianta fazer um “planejamento mental”. O programa deve ser feito por escrito (impresso ou manuscrito) e constantemente acompanhado.
Mão na massa: Fazendo o plano propriamente dito.
Muitos são os métodos sugeridos para fazer planos de estudos, uns mais genéricos, outros mais complexos.
Um bom plano deve ser preciso e bem calculado (no sentido matemático da palavra, como veremos).
Um método simples é dividir o conteúdo do edital em pontos e ver quantos dias você tem até a prova. Muitos editais já vêm com a divisão em pontos, mas você deve subdividir em mais pontos, caso eles sejam genéricos demais ou contenham vários tópicos. É difícil estabelecer esta divisão de antemão. É preciso ter bom senso e tentar estimar a divisão de modo quese gaste aproximadamente o mesmo tempo em cada ponto.
Dividindo o número de pontos pelo número de dias a estudar e depois pelo número de horas de estudo diárias, você terá uma relação pontos por dia e pontos por hora de estudo que dará uma noção da possibilidade (ou não) de estudar o edital inteiro.
Exemplo:
300 pontos em 20 dias: 15 pontos por dia.
4 horas por dia: 3,75 pontos por hora.
Se perceber que não vai dar tempo – por exemplo, pela sua velocidade de leitura e capacidade de manter concentração – faça ajustes. Se for preciso, corte as disciplinas de menor prioridade ou passe mais rápido por elas. Se possível, aumente o tempo de estudo.
Alocação do tempo segundo as prioridades
Com base na tabela acima, calcule quanto tempo vai alocar em cada disciplina. Sugiro que você faça isso numa planilha de Excel.
Primeiro é preciso calcular a alocação de tempo, segundo nossas prioridades.
Exemplo: Uma semana e 5 horas diárias, com um dia de descanso totalizariam 30 horas (6 dias x 5 horas). Por nossa tabelinha, teríamos: 12h para disciplinadas de “prioridade A”(40 %), 7,5h para disciplinas de “prioridade B e C” (25% cada) e 4h para disciplinas de “prioridade D”.
Você pode alterar essa porcentagem ou criar outras categorias atentando sempre para o fato de que precisa de mais tempo para matérias que domina menos e mais tempo para as que são mais importantes.
Desde que haja distribuição destes pontos na nossa grade horária, algumas configurações possíveis de seu cronograma de estudos são as seguintes, conforme as prioridades estabelecidas na primeira tabela.
Primeiro cronograma: Distribuição atenta a prioridades.

Segundo Cronograma: Distribuição não tão atenta a prioridades
Se você contar as células, verá que a distribuição quantitativa é a mesma.
Mas deve-se considerar, todavia, que o primeiro cronograma leva o conceito de “prioridade” ao extremo, estudandoprimeiro o bloco de matérias prioridade A.
Qual a diferença? O primeiro método tem a vantagem de que, na eventualidade de haver interrupção na execução (por exemplo, o candidato ficou doente a partir do dia 3), mais matérias prioridade A terão sido estudadas no primeiro cronograma do que no segundo.
“Prioridade” não significa apenas “mais importante”: etimologicamente, está mais próximo da idéia do que vem primeiro . Normalmente o mais importante vem primeiro, mas nem sempre é a mesma coisa, como você pôde perceber. As matérias mais importantes não devem apenas ser mais estudadas, mas devem, também, ser estudadas antes das outras, porque se houver atraso, por qualquer razão, o prejuízo será menor.
Veja a tabela acima e decida quanto tempo alocar para cada disciplina. Se for necessário, faça cortes nas disciplinas com baixa prioridade.
Acompanhar (e cumprir) o programa
Esteja sempre com sua divisão de pontos do edital em mãos e vá “ticando” os pontos que estudou. Se perceber que não está rendendo o quanto esperado, você poderá rever o plano mais rápido do que se deixar este acompanhamento para o final do plano ou fizer isso uma vez por semana.
Por exemplo: se perceber que não está conseguindo estudar a quantidade de pontos por dia, diminua os pontos (conforme as prioridades) ou aumente o horário (respeitando o dia de descanso e as pausas). Se nada funcionar, apenas cumpra o programa na medida do possível, já que ele foi desenhado para deixar o menos importante para o final.
Conclusão
O planejamento é muito importante para quem aprender como passar em um concurso público, especialmente na área jurídica. Sem um cronograma realista e exequível, fica muito difícil organizar o tempo e é mais facil perder a motivação no meio do caminho.
Portanto, comece a analisar qual seu foco. Veja as matérias que você domina e quais você precisa melhorar. Depois, analise as mais importantes na sua área e planeje de forma honesta e sincera.
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