27.9.11

Questões FGV

(TCM/RJ FGV)  Mutação constitucional é:
(A) o mesmo que reforma da constituição.
(B) o mesmo que emenda da constituição.
(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.
(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.
(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.

Pode-se mudar a CF/88 por meio de alterações do seu texto através do Poder Constituinte Derivado Reformador, que é justamente aquele capaz de alterar uma Constituição. Pois bem, ocorre que o STF, guardião da CF/88, ao interpretá-la, pode modificar seu entendimento e com isso, alterar o pensamento vigente no ordenamento jurídico até então. Esse é o fenômeno da mutação. Ou seja, muda-se a interpretação, a idéia, sem necessidade do rito especial de 3/5 dos membros de cada Casa Legislativa e 2 turnos.
Correta a alternativa D.

(TCM/RJ FGV)  A Federação dota seus membros de tríplice capacidade, a saber:
(A) auto-organização, autonormatização e autogoverno.
(B) autogoverno, auto-administração e autofinanciamento.
(C) auto-organização, autogoverno e auto-administração.
(D) auto-organização, autonormatização e automanutenção.
(E) auto-arrecadação, autogoverno e autogerenciamento.

Os membros, União, Estados, DF e Municípios, são dotados de capacidade de autogoverno – capacidade de eleger seus próprios membros, auto-administração – capacidade de gerir a máquina pública e de implementar políticas públicas e auto-organização- capacidade de terem suas próprias constituições.
Lembre-se apenas que os Municípios e DF não possuem Constituição mas sim Lei Orgânica, mas isso não significa que eles não detenham capacidade de auto-organização.
Correta a C.

(TCM/RJ FGV)  Assinale a alternativa que apresente corretamente o princípio básico para distribuição de competência pelas Unidades da Federação.
(A) Princípio da isonomia.
(B) Princípio da autonomia das unidades da federação.
(C) Princípio da autogestão.
(D) Princípio da reserva da lei.
(E) Princípio da predominância do interesse.

Na distribuição de competência adotada pela CF/88, temos a predominância de interesses, assim, aos Municípios cabem os interesses locais; aos Estados, os regionais e à União, os nacionais.
Atente-se ao fato do gás canalizado, que aparentemente é de interesse local mas que a CF/88 dispõe que  é da competência dos Estados, sendo vedada a edição de medida provisória para a regulamentação do assunto.

(TCM/RJ FGV) É conseqüência da rigidez constitucional:
(A) o princípio do Estado Democrático de Direito.
(B) o princípio da Supremacia da Constituição.
(C) a inalterabilidade do texto constitucional.
(D) o controle concentrado da constituição.
(E) a presença, em seu texto, de normas fundamentais.

Em concurso, costuma cair que é conseqüência da rigidez constitucional o princípio da Supremacia da Constituição e tudo o que se encontra nela possui a mesma hierarquia.
Na CF/88 a dignidade da pessoa humana possui a mesma hierarquia do artigo que diz que o  Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
Letra B.

(Senado-FGV/2008) A respeito do catálogo de direitos fundamentais da Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir:

I. A todos é assegurado o direito de reunião, para fins pacíficos, em locais abertos ao público, independentemente de autorização e de aviso prévio à autoridade competente.
De fato, a todos é assegurado o direito de reunião, para fins pacíficos, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, contudo, o direito de reunião depende de prévio aviso e não pode frustrar outra reunião convocada anteriormente ao local. Assertiva errada.

II. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação de autoridade judicial ou de Presidente de Comissão Parlamentar de Inquérito.
A questão vai bem até “por determinação judicial”, afinal, a CPI não pode determinar a busca e apreensão domiciliar. Também, a CPI tem função investigativa e não tem poderes de mandar prender ninguém, salvo em flagrante delito, tanto é que ao final das investigações, caso haja indícios de autoria e materialidade sobre algum crime, ela deverá comunicar o Ministério Público.

III. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
A questão encontra-se perfeita.

IV. A apreciação pelo Poder Judiciário de lesão ou ameaça a direito será assegurada na forma e  observados os limites previstos em lei complementar.
O art.5º,   XXXV preceitua que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. É norma de eficácia plena. Mesmo que o candidato ficasse na dúvida quanto ao termo lei complementar utilizado na assertiva, ele já teria matado a questão por eliminação.

Assinale:
(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(Senado-FGV/2008) A respeito do catálogo de direitos fundamentais da Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa correta.

(A) A Constituição assegura o direito de permanecer calado apenas ao preso, quando interrogado por autoridade policial.
Todos possuem o direito de permanecer calado e de não produzir provas contra si, seja perante o policial ou até mesmo perante o juiz.

(B) As provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis apenas nos processos criminais, podendo ser utilizadas sem restrições nos processos judiciais cíveis e administrativos.
A assertiva trazida é um verdadeiro absurdo. As provas ilícitas são inadmissíveis tanto nos processos judiciais, e em todos eles, tanto cíveis como penais, como nos administrativos.

(C) Por força do princípio da presunção da inocência, a prisão do réu decretada por juiz anteriormente à condenação transitada em julgado terá sempre natureza cautelar.
Ora, é cediço que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, assim, caso uma pessoa seja presa antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, essa prisão só pode ser cautelar.
Cuidado, pois as bancas podem tentar enganar o candidato e colocar que como não há pena sem prévia cominação legal, toda prisão cautelar é ilegal. Caso vocês se deparem com uma alternativa assim, marquem errado.
É a questão correta.

(D) É possível a criação de tribunal de exceção para julgar crimes de terrorismo, na forma da lei.
Outro absurdo da banca. Não existe, de forma alguma tribunais de exceção em nosso ordenamento jurídico, sendo inclusive vedada a sua criação. Uma pessoa só pode ser julgada por um juiz de carreira e devidamente estabelecido em seu cargo e por um tribunal competente.

(E) O contraditório e a ampla defesa não são assegurados em procedimentos administrativos disciplinares se o servidor permanecer revel.
O contraditório e a ampla defesa são garantidos a todas as pessoas e se aplicam tanto nos procedimentos judiciais como nos administrativos.  Exceção feita ao inquérito policial que é meramente investigativo e que não é caracterizado pelo contraditório e nem pela ampla defesa.

(Senado-FGV/2008) A respeito dos direitos políticos regidos na Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa correta.

(A) Lei complementar poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade além dos previstos na Constituição.
Ora, a questão é mera literalidade da CF/88. Aqui, é necessário prestar atenção, pois, realmente, a lei complementar pode criar outros casos de inelegibilidade. Cuidado para não confundir com as diferenças entre os brasileiros natos e naturalizados que só a CF/88 é que pode estabelecer.
Questão correta.

(B) Apenas os brasileiros natos são elegíveis, não podendo se candidatar a cargos eletivos os estrangeiros residentes no Brasil e os brasileiros naturalizados.
Pela CF/88, são cargos privativos de brasileiros natos:
Presidente da República e seu Vice
Presidente da Câmara do Deputados
Presidente do Senado Federal
Ministros do STF
Ministro do Estado da Defesa
Oficiais das Forças Armadas
Membros da Carreira Diplomática
06 cidadãos natos que compõem o Conselho da República
Afora essas atribuições, os naturalizados podem se candidatar a cargos eletivos. Cuidado, pois os estrangeiros não podem, assim como os analfabetos.

(C) Os analfabetos podem se alistar como eleitores e se candidatar apenas a cargos eletivos no âmbito do Poder Legislativo.
Absurda a assertiva.
Vejam: o voto é facultativo para os analfabetos. Ou seja, eles podem votar. No entanto, eles não podem se candidatar. Eles não podem ser eleitos, nem no Legislativo e nem no Executivo.

(D) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, apenas mediante plebiscito e referendo popular.
A questão esqueceu de falar da iniciativa popular.
O plebiscito é uma consulta prévia à vigência do ato normativo.  Foi o que ocorreu quando os cidadãos forma chamados às urnas para escolherem a Forma de Governo (República ou Monarquia) e o Sistema de Governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo).
Apenas perceba que não foi dada a opção do Federalismo haja vista ser cláusula pétrea.
O referendo é uma consulta posterior. Foi o que ocorreu com o referendo do desarmamento.
A iniciativa popular, em âmbito federal necessita de 3 requisitos, senão vejamos: A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Percebam que a iniciativa popular se refere a leis. Assim, podem ser leis ordinárias ou complementares. A CF/88 não prevê de forma expressa a iniciativa popular para Emendas Constitucionais.
No âmbito estadual, a lei disporá sobre a iniciativa popular.
Quanto aos Municípios, a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado

(E) Serão admitidas candidaturas de brasileiros que não sejam filiados a partidos políticos, excepcionalmente, na forma de lei complementar.
No Brasil, para você se candidatar a algum cargo é imprescindível a filiação partidária.

(Senado-FGV/2008) Sobre a repartição constitucional de competências dos entes federativos, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Compete à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei.

(B) Compete privativamente à União legislar sobre águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão.

(C) Compete concorrentemente à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre direito tributário, eleitoral, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

(D) Compete concorrentemente à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre educação, cultura, ensino e desporto.

(E) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

Ao observar a alternativa C, verifica-se que foi adicionada à competência concorrente o Direito Eleitoral.
A competência concorrente, que é atribuída à União, Estados e DF, quanto aos Direitos, é TUPEF, ou seja, Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro.
As demais alternativas estão corretas.

(Senado-FGV/2008) A respeito do regime constitucional de organização dos partidos políticos, analise as afirmativas a seguir:
I. A norma constitucional que assegura autonomia aos partidos políticos para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, por ter sido instituída por emenda constitucional, só passou a ser aplicada decorrido um ano da data de sua vigência.
A norma em tela foi adicionada pela EC/56 e que em combinação com art. 16 que assim dispõe,  a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência, chega-se à conclusão de que a assertiva está correta.
O concursando mais atento, deve ter percebido que o art.16 fala em lei e a assertiva em Emenda Constitucional. No entanto, não se deve brigar com a Banca na hora da prova. Veja que as assertivas abaixo, não têm salvação. Vocês, com certeza, as eliminariam e acertariam a questão por eliminação. Questão correta.

II. É assegurado aos partidos políticos o recebimento de financiamento por parte de entidades estrangeiras, desde que tais recursos sejam declarados anualmente perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Os partidos políticos não podem receber recursos de entidades estrangeiras mesmo que sejam declarados ao TSE.  Questão errada.

III. Os partidos políticos que não obtiverem em cada eleição para a Câmara dos Deputados no mínimo cinco por cento de votos apurados, distribuídos em pelo menos um terço dos Estados, não terão direito a receber recursos do fundo partidário.
De onde tiraram isso? A CF/88 preceitua que os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, sem fazer qualquer ressalva como a da assertiva apresentada pela Banca. Questão errada.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(Senado-FGV/2008) A respeito do regime constitucional de livre nomeação de servidores não concursados para cargos em comissão, no âmbito da administração pública, assinale a afirmativa correta.

(A) A vedação da nomeação, pela autoridade competente, de seus próprios parentes para exercício de cargo em comissão, se aplica exclusivamente ao Poder Judiciário, por força da existência de regra constitucional proibitiva específica.

(B) A Constituição, em se tratando de cargos públicos de livre nomeação, não estabelece qualquer limitação relacionada ao grau de parentesco porventura existente entre a pessoa nomeada e algum agente público.

(C) A proibição de nomeação de parentes de parlamentares para cargos em comissão ou de confiança no âmbito do Poder Legislativo depende da  aprovação de lei específica ou ainda de previsão nos regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

(D) No regime da Constituição Federal de 1988, as funções de confiança e os cargos em comissão devem ser exercidos obrigatoriamente por servidores de carreira, ou seja, servidores que ocupem cargos efetivos após aprovação em concurso público, no âmbito do respectivo órgão.

(E) A proibição de nomeação de cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, decorre dos princípios da moralidade e impessoalidade da administração pública, consagrados na Constituição Federal.

A questão se preocupa com a Súmula Vinculante nº 13 que veda o nepotismo e assim dispõe:
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".
A E, é a alternativa correta.
Percebam que na verdade nem seria necessária a edição dessa Súmula. A moralidade, impessoalidade e também a eficiência administrativa vedam o nepotismo.
Além disso, a vedação ao nepotismo se aplica a todas as esferas e a todos os Poderes.
Para acertar a questão, o candidato também deveria saber que existe diferença entre funções de confiança e cargos em comissão.
As funções de confiança só podem ser exercidas por servidores de carreira, aqueles que detém um cargo público. Já os cargos em comissão podem ser ocupados por servidores de carreira, em porcentagem mínima estabelecida em lei, como por qualquer outra pessoa.
Atente-se somente ao fato de que ambas só podem ser para o exercício das funções de chefia, direção e assessoramento.

(Senado-FGV/2008) A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios listados nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) legalidade
(B) impessoalidade
(C) publicidade
(D) irrevogabilidade
(E) eficiência

De forma expressa na CF/88 encontram-se os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, a irrevogabilidade não encontra guarida constitucional.

(Senado-FGV/2008) Não é limitação constitucional do poder de tributar a proibição de:
(A) conferir tratamento desigual a contribuintes que estejam em situação equivalente.
Muito pelo contrário; o que a assertiva fornece é uma limitação constitucional sim!
É vedado ao Estado estabelecer favorecimentos ou discriminações entre pessoas que se encontrem em condições análogas; ou sendo mais preciso, é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

(B) instituir ou majorar tributo por medida provisória.
A medida provisória possui força de leio ordinária e a própria CF/88 permite que determinados impostos sejam criados majorados por uma medida provisória, sendo o gabarito da questão.
Nos exatos termos da CF/88, o termo é IMPOSTO e não tributo. No entanto, as demais questões estão completamente erradas.
Infelizmente, de vez em quando, nos deparamos com questões que devemos escolher a mais certa ou a menos errada.

(C) cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos anteriormente à lei que o instituiu ou majorou.
Esse é o princípio da anterioridade e deve ser respeitado.

(D) cobrar tributo com efeito de confisco.
Também é outra vedação constitucional.

(E) instituir impostos sobre templos de qualquer culto.
Caso fosse instituído impostos sobre templos de qualquer culto, estaria ocorrendo afronta à imunidade sobre os templos.

(Senado-FGV/2008) A respeito do processo legislativo, analise as afirmativas
a seguir:
I. Podem apresentar proposta de emenda à Constituição Federal: o Presidente da República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; e mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades de federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A proposta de emenda à Constituição será submetida à discussão e votação em cada casa legislativa, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver três quintos de votos favoráveis dos membros de cada casa.
A assertiva está perfeita e é mera repetição da CF/88.

II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de trinta dias. O Presidente da República poderá reeditar medida provisória que não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional, desde que ainda estejam presentes os requisitos da relevância e urgência, Após a quinta reedição, a medida provisória não apreciada será havida como rejeitada, cabendo ao Presidente da República, por decreto, regular as relações jurídicas dela decorrentes.

De fato, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. No entanto, as medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias prorrogáveis por mais sessenta. Também, prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
Assim, a questão está errada.

III. Os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República com pedido de urgência na tramitação devem ser apreciados, inicialmente pela Câmara dos Deputados, e depois pelo Senado Federal, no prazo sucessivo de quarenta e cinco dias. Ultrapassado tal prazo, ficam sobrestadas as demais deliberações legislativas da respectiva casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. Os prazos de quarenta e cinco dias não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional.
Pela CF/88, O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa e caso a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação e o prazo não corre nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Perfeita a assertiva.

IV. O projeto de lei que tenha sido aprovado nas duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção. Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento. A Constituição proíbe o veto parcial do projeto, em razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns artigos da lei aprovada. O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das casas legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
Pela CF/88, se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.  O veto poderá ser total ou parcial e quando for parcial, somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Não confunda o veto parcial que incide sobre o projeto de lei, ou seja, o Presidente pode vetar, por exemplo, metade da lei, um terço da lei, com a obrigação de ele tem de, no veto parcial, vetar texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. São coisas distintas.
Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção. Outrossim, o veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
Então, a questão erra ao dizer que não existe veto parcial.
Assim, somente a I e III estão corretas.
Assinale:
(A) se apenas as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se apenas a afirmativa I estiver correta.

(Senado-FGV/2008) A respeito das comissões parlamentares de inquérito, assinale a afirmativa correta.

(A) As comissões parlamentares de inquérito dispõem de competência constitucional para ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico das pessoas sob investigação do Poder Legislativo, mas devem fundamentar adequadamente a decisão de quebra.
De fato, a CPI pode ordenar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico, desde que haja razoabilidade no pedido e que seja por prazo certo e determinado. É vedada investigação tão ampla que se choque aos interesses privados, à vida íntima e à honra.
A questão está correta.

(B) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar monitoramento telefônico, desde que presentes os requisitos da lei 9296/96. A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
O monitoramento telefônico, ou a interceptação telefônica é matéria de reserva jurisdicional e só o juiz pode determinar.

(C) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a indisponibilidade de ativos financeiros das pessoas investigadas, por voto da maioria absoluta de seus membros.
Pela CF/88, a CPI pode:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer

Assim, a CPI não tem competência para pedir a indisponibilidade de bens ou de ativos financeiros.
Como o tema é CPI, atente-se para o fato de que as comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Assim, em processo judicial é que poderá ocorrer a indisponibilidade de bens ou de ativos financeiros.
Questão errada.

(D) O direito de não se auto-incriminar não se aplica às comissões parlamentares de inquérito. Todas as pessoas convocadas devem prestar compromisso de dizer a verdade aos membros da comissão, antes do início do depoimento.
De onde tiraram isso mesmo? Se você, quanto aos fatos que dizem respeito à sua pessoa não precisa falar nem perante ao juízo, quem dirá perante a uma CPI.
Questão errada.

(E) As decisões tomadas por maioria absoluta dos membros das comissões parlamentares de inquérito não estão sujeitas a controle judicial, em razão do princípio constitucional da independência dos poderes.
O ordenamento jurídico brasileiro pressupõe a inafastabilidade do Judiciário e assim, qualquer lesão ou ameaça à lesão pode ser levada a ele.  Questão errada.
Além disso, é claro que são poderes da União, independentes e harmônicos entre sim o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, mas a divisão de Poderes adotada não é rígida. Um Poder tanto tem funções típicas como atípicas e também, existe um certo controle de um sobre o outro.

FGV


(FGV - CODESP/Advogado) Todas as afirmativas abaixo são corretas e a segunda se vincula à primeira, à exceção de uma. Assinale-a.

a)                O direito à vida é a premissa dos direitos proclamados pelo constituinte. / Afora a hipótese de guerra devidamente declarada, é vedada a pena de morte em qualquer outra circunstância.
A alternativa encontra-se correta. Sem dúvida, o direito à vida nos moldes do art. 5º é um direito proclamado pelo constituinte. Também, ele só é afastado no caso de guerra declarada,  conforme a CF/88 no art. 5º, XLVII - não haverá penas:  a) de morte, salvo em caso de guerra declarada.

b)                O agrupamento de pessoas, no direito à reunião, é obrigatoriamente transitório. / Se o agrupamento de pessoas adotar laços duradouros, não há de se falar em reunião, mas sim em associação.
Alternativa perfeita. De fato, a reunião pressupõe transitoriedade enquanto que a associação, não necessariamente.

c)                O direito ao sigilo bancário não é ilimitado. / Admite-se a quebra do sigilo bancário pelo Judiciário, mas as Comissões Parlamentares de Inquérito não podem fazê-lo, por falta de autorização legal específica.
De fato, o direito ao sigilo bancário não é ilimitado. Sua quebra pode ocorrer por ordem judicial e também por determinação de uma CPI. A quebra, de qualquer modo, não pode ser exageradamente ampla. Ela deve se dar sobre um período certo e razoável.
Atente-se para o fato que o STF já decidiu que “habeas corpus” – é “habeas corpus mesmo” - é remédio possível para impugnar quebra de sigilo bancário e fiscal.
É a alternativa que deve ser marcada.

d)                O exercício do direito de reunião não está submetido a assentimento antecipado do Poder Público. / Para a realização de reunião em espaço aberto e público, exige-se prévio aviso à autoridade competente.
Perfeita. Veja o art. 5º, XVI, todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

e)                O direito à privacidade não suscetível de renúncia plena. / Mas pode haver restrição à privacidade em virtude de autolimitações que não esbarrem no núcleo essencial da pessoa humana.
Em regra, os direitos individuais são imprescritíveis, irrenunciáveis e inalienáveis, mas, sem dúvida, não há direitos plenos na CF/88, tanto é que pode haver restrição à privacidade.


(FGV – BADESC) Considerando o estatuto constitucional do Ministério Público, analise as afirmativas a seguir.

I. Os membros do Ministério Público gozam da garantia da vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo, salvo por sentença transitada em julgado, ou por decisão do Conselho Nacional do Ministério Público em processo administrativo, garantido o contraditório e a ampla defesa.

A banca tentou enganar o candidato menos atento aos ditames constitucionais.
O membro do MP goza da vitaliciedade após 2 anos de exercício e não pode perder o cargo salvo por sentença judicial transitada em julgado e só!!!
A garantia que pode ser ressalvada, desde que haja interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa é a inamovibilidade.
Apenas para aprendizado, a outra garantia é a irredutibilidade de subsídios.

II. Algumas das vedações previstas na Constituição aos membros do Ministério Público são: o exercício de atividade político partidária; o exercício, ainda que em disponibilidade, de qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e a participação em sociedade comercial, na forma da lei.

Perfeita a questão. Conforme a CF/88 no art. 128, § 5º, II,  tem-se as seguintes vedações:
 a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais 
b) exercer a advocacia
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério
e) exercer atividade político-partidária
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei


III. São funções institucionais do Ministério Público, dentre outras, o exercício do controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar respectiva, e a requisição à polícia judiciária de diligências investigatórias e de instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.

Perfeita a questão.

Para aprendizado, segue o art. 129 na íntegra.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas

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